Sobre o Artigo

Autor :

أحمد بن عثمان المزيد

Data :

Tue, Aug 16 2016

Categoria :

Biografias e Sábios

Ali Ibn Abi Talib

A Verdade Sobre os Califas Probos (4)

 

Áli Ibn Abi Tálib (R)

“Você não ficaria satisfeito ser para mim o que Aarão foi para Moisés? Fique sabendo que não haverá qualquer profeta depois de mim”?
(Bukhári e Musslim)

Preparação: Dr. Ahmad Al Mazid
                    Dr. Ádel Ach Chadi

 

Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso

Louvado seja Allah, Protetor dos temente e Ajudante dos enfraquecidos. Que a paz e a graça de Deus esteja com o derradeiro dos profetas e dos mensageiros, nosso Profeta Mohammad(S), com os seus familiares e com todos os seus companheiros

Esta é a última jornada  dos Califas probos e líderes dos orientados. Vamos viver com ela com o quarto califa probo, um dos dez auspiciados com o Paraíso, o primeiro menino a adotar o Islam, o califa mais próximo em parentesco do Rassulullah (S). É o seu primo, tendo o mesmo avô, Abdel Mutalib, marido da filha do Profeta (S) e pai do Hassan,

Ali Ibn Abi Tálib (R)
Um dos famosos sábios, dos ascetas conhecidos, os oradores lembrados, herói dos heróis, cavaleiro dos cavaleiros, forte, o mestre dos corajosos, o portador do estandarte no dia de Khaibar para educar todo covarde!

Sob a Doção do Profeta (S)
Áli Ibn Abi Tálib (R) foi educado na casa do Profeta (S), isso antes do início da mensagem. Ibn Isaac relatou, com base em Mujáhid Ibn Jubair: “Foi da graça de Deus ao Áli Ibn Abi Tálib que uma crise se abateu sobre os coraixitas. Abu Tálib tinha uma família numerosa. O Profeta (S) pediu ao Abbás, um dos mais ricos entre o clã de Háchim, para aliviarem a carga familiar de Abu Tálib, adotando cada um deles um dos filhos dele. O Abbás aceitou e foram ter com Abu Tálib, expondo-lhe a questão. Este lhes disse: “Se vocês me deixarem ‘Aquil, podem fazer o que quiserem.”
O Rassulullah (S) levou Áli e o Abbás levou Jaafar. Áli permaneceu com o Profeta (S) até o início de sua mensagem. Ele o seguiu, acreditando e tendo confiança nele.

A Sua Conversão (R)
Áli (R) disse: “O Rassulullah (S) foi comissionado na segunda-feira, e eu adotei o Islam na quarta-feira.” Foi o primeiro menino a se tornar muçulmano. Estava com oito anos de idade.
Devido à sua pouca idade e a sua permanência na casa do Profeta (S), Áli Ibn Abi Tálib foi educado na boa conduta. Nunca foi pueril, nunca adorou ídolos, nunca ingeriu álcool, nem conheceu o caminho da diversão e da indecência.

Dormiu no Leito do Profeta (S)
No dia da Hégira, Áli Ibn Abi Talib (R) dormiu no leito do Profeta (S), mesmo sabendo do perigo que estava correndo, uma vez que os politeístas estavam à espreita, do lado de fora, armados, querendo matar quem estavam dormindo no leito. A sua vida, porém, não era mais querida do que a vida do Rassulullah (S).

Entrega dos Depósitos
Quando o Profeta (S) migrou para Madina, ordenou Áli (R) a permanecer em Makka para devolver os depósitos que estavam sob a guarda do Profeta (S), e então o seguisse junto com a sua família, e ele o fez.

Suas Participações
Áli (R) participou da batalha de Badr, e foi decisivo nela. Participou de Uhud, e estava do lado direito portando o estandarte depois de Mus’ab Ibn Umair. Participou da Batalha do Fosso e matou o herói dos árabes e um de seus famosos valentes, Amru Ibn Wad al Ámiri. Participou do pacto de Hudaibiya, da aclamação de Radhwan. Participou da expedição de Khaibar, tendo uma participação espantosa, conquistando a fortaleza e matando o seu comandante.
Participou de Umratul Cadhá. Nela o Profeta (S) disse: “Você é de mim e eu sou de você.” (Bukhári).
Participou da conquista de Makka, da campanha de Hunain, de Taif. Em todas essas batalhas lutou com coragem ímpar. Ele acompanhou o Rassulullah (S) na Umra à partir de Ju’rána.
O Rassulullah (S) o enviou como emir e governador do Iêmen, juntamente com Khálid Ibn al Walid. Acompanhou o Rassulullah (S) na Peregrinação de Despedida, levando as oferendas, cumprindo os rituais que o Rassulullah (S) cumpria. Acompanhou-o na oferenda, permanecendo com o ihram (veste da peregrinação) até sacrificarem as oferendas após o término dos rituais da peregrinação.

Será que o Profeta (S) Designou Áli Para a Sua Sucessão?
Quando o Profeta (S) adoeceu, o Abbás disse para Áli (R): “Pergunte ao Rassulullah (S) quem irá sucedê-lo?” Áli respondeu: “Por Deus que não irei perguntar. Se ele nos proibir, as pessoas não irão nos aceitar mais depois dele.”  
As tradições verdadeiras e sinceras mostram que o Rasssulullah (S) não indicou a ele ou a ninguém para sucedê-lo, mas aludiu ao Siddik e indicou de forma compreensível e visível a ele.
O que muitos ignorantes e estúpidos alegam que ele indicou Áli para o califado, estão mentindo, proferindo calúnias e falsidades, e cometem um grave erro, acusando os companheiros de traição e de parcialidade, deixando de executar o seu testamento, desviando-o para outro, sem sentido nem causa.
Cada crente em Deus e no Seu Mensageiro confirma que o Islam constitui na verdade e sabe que essa alegação é falsa, porque os companheiros do Rassulullah (S) eram pessoas melhores depois dos profetas, as melhores gerações dessa comunidade, a mais nobre das comunidades neste mudo e no Outro, de acordo com o texto do Alcorão, do consenso dos antecessores e dos sucessores, com a graça de Deus.
Alegar, também, que o Profeta (S) designou Áli (R) para o califado e ele não o exigiu, mas exerceu a função de ministro e conselheiro dos califas anteriores, casou e concedeu sua filha em casamento, acusando-o de mudez e fraqueza, Deus está isento disso, pois ele foi o cavaleiro indomável, que não se furtava em pronunciar a verdade.

A Sua Posição Quanto ao Califado dos que o Antecederam
Quando o Rassulullah (S) faleceu, Áli participou da preparação, banho e amortalhamento e sepultamento do corpo. Quando o Siddik foi aclamado, em Saquifa, Áli fazia parte dos que o aclamaram na mesquita. Estava ao lado do Siddik, com os outros líderes dos companheiros, consciente de seu dever de obedecê-lo e servi-lo.
Quando Abu Bakr faleceu e Omar assumiu o califado por designação de Abu Bakr, Áli participou de sua aclamação, e foi o seu fiel conselheiro.
Diz-se que Omar lhe pediu para sentenciar durante o seu califado, foi com ele e um grupo dos companheiros para a Síria, assistiu ao seu discurso em Jábiya.
Quando Ômar foi apunhalado, e tornou a sucessão numa questão de consulta entre seis candidatos, com Áli sendo um deles, e a escolha ficou entre Osman e Áli e a escolha ficou com Osman, ele acatou a escolha. Quando Oman foi assassinado, numa sexta-feira, as pessoas escolheram Áli e o acalmaram.
Áli negou-se atendê-los em aceitar o califado mesmo com a insistência no pedido. Ele se retirou para o pomar de Bani Ámru Ibn Mabdul e se fechou no local. As pessoas foram atrás dele, insistiram com ele, juntamente com Tal-há e Zubair. Disseram-lhe: “Não se pode ficar sem um governante.” Continuaram insistindo com ele até aceitar.

Suas Virtudes
Áli Ibn Abi Tálib (R) teve muitas virtudes e muitos méritos. O Imam dos sunnitas, Ahmad Ibn Hanbal (que Deus tenha piedade dele), disse: “Nenhum dos companheiros do Rassulullah (S) teve os méritos de Áli.” Isso indica o amor dos sunnitas a Áli e os familiares do Profeta (S), pois eles conservaram essas tradições e as narraram como as ouviram do Profeta (S), sem omitir nenhuma delas. Entre as tradições a respeito de seus méritos (R), citamos:
Primeiro. Áli como Mártir: Abu Huraira (R) relatou que o Rassulullah (S) estava em Harrá juntamente com Abu Bakr, Omar, Osman, Áli, Tal-há e Zubair, e a rocha se moveu. O Rassulullah (S) disse: “Quita, está sobre você um profeta,ou Siddik ou mártir.”
Segundo. Áli no Paraíso. O Rassulullah (S) disse: “Abu Bakr estará no Paraíso, Omar estará no Paraíso, Osman estará no Paraíso e Áli estará no Paraíso.” (Ahmad).
Terceiro. Só o ama o crente e só o odeia o hipócrita: Áli (R) disse: “Por Aquele que criou a semente e fez soprar a brisa, que o Profeta iletrado (S) me afiançou que só me amará o crente e só me odiará o hipócrita.” (Musslim).
Quatro. Sua posição em relação ao Profeta (S): Saad Ibn Abi Waccas relatou que o Rassulullah (S) deixou Áli em Madina durante a expedição de Tabuk. Disse-lhe: “Ó Rassulullah, está me deixando junto com as mulheres e as crianças”? Respondeu-lhe: “Você não ficaria satisfeito ser para mim o que Aarão foi para Moisés? Fique sabendo que não haverá qualquer profeta depois de mim”? (Bukhári e Musslim).
Quinta. Familiares do Profeta (S). Saad Ibn Waccas relatou que quando o seguinte versículo: “Vinde! Convoquemos os nossos filhos e os vossos” (3:61), o Rassulullah (S) convocou Áli, Fátima, Hassan e Hussein e disse: “Ó Deus, estes são os meus familiares” (Musslim)
Sexta. Áli ama Deus e Seu Profeta (S), Deus e Seu Profeta (S) o amam. Sahl Ibn Saad (R) relatou que o Rassulullah (S) disse no dia de Khaibar: “Amanhã vou entregar o estandarte a um homem, por intermédio do qual, Deus irá conceder a vitória. Ele ama Deus e Seu Profeta (S) e Deus e Seu Profeta (S) o amam”. As pessoas foram dormir querendo adivinhar a quem daria o estandarte. Ao amanhecer, foram ter com o Rassulullah (S), cada um desejando ser escolhido. Ele perguntou: “Onde está Áli Ibn Abi Tálib”? Responderam-lhe: “Ele está se queixando dos olhos”. Pediu: “Mandem chamá-lo”. Áli chegou, o Rassulullah (S) pegou a sua saliva, passou nos olhos dele, fez uma prece e a vista de Áli ficou boa, sem dor. Deu-lhe o estandarte e Deus lhe concedeu a vitória. (Bukhári e Musslim).
Sétima. Áli, como juiz. Áli (R) relatou: “O Rassulullah (S) me enviou ao Iêmen, como juiz. Perguntei-lhe: ‘Ó Rassulullah, está me enviando a pessoas mais velhas do que eu para ser juiz deles’? Respondeu: ‘Vai, Deus, Altíssimo, firmará a sua língua e orientará o seu coração’. (Ahmad e Nissá-i).
Oitava. Você é meu e eu sou seu. Bará Ibn ‘Azib (R) relatou que o Profeta (S) disse a Áli: “Você é meu e eu sou seu”. (Bukhári).
Habachi Ibn Junáda relatou que o Profeta (S) disse: Áli é meu e eu sou dele e, só pagam as minhas dívidas, eu ou Áli”. (Ahmad e Tirmizi).

Os elogios dos companheiros e de seus antecessores
Ômar Al Khattab (R) disse: “Áli é o nosso juiz”. Costumava pedir refúgio em Deus, quanto aos problemas em que não havia opinião de Abul Hassan, quer dizer Áli.
Ibn Abbás disse: “Quando era-nos apresentado um parecer de Áli, não objetávamos”.
Ibn Saad, baseado em Said Ibn Mussib relatou: “Nenhum dos companheiros se atrevia a dizer: ‘Perguntem-me’, a não ser Áli Ibn Abi Tálib”.
Ibn Mass’ud declarou: “O mais sensato e o maior juiz de Madina era Áli”.
Aicha (R) declarou: “Era o mais conhecedor do que restou dos companheiros quanto a Sunna”.
Massruk declarou: “O conhecimento dos companheiros do Rassulullah (S) terminou em Ômar, Áli e Ibn Mass’ud”.
Abdullah Ibn Abbás disse: “Áli possuía um conhecimento vasto, foi um dos primeiros muçulmanos, genro do Profeta (S), jurisprudente da Sunna, aliado nas batalhas e muito generoso”.
Ômar Ibn Al Khattab (R) disse: “Foram concedidas a Áli pelo Profeta (S) três características, se uma deles fosse concedida a mim, eu a preferiria às coisas mais valiosas”. Perguntaram-lhe: “Quais são”? Respondeu: “O casamento com a sua filha, a sua residência na mesquita e o estandarte no dia de Khaibar”.
Áli (R) disse: “Por Deus, nenhum versículo foi revelado sem que eu soubesse sobre o quê, onde e a respeito de quem foi revelado. Meu Senhor me concedeu um coração sensato e uma língua eloquente”.

Conduta de Áli (R)
Costumava varrer a casa da moeda, rezava nela, com a esperança de que Deus testemunhasse que não deixava de distribuir os bens entre os muçulmanos.

Seu ascetismo
Quando Áli assumiu o califado, não mudou a sua conduta ascética quanto ao mundo. Recusou-se a morar no palácio do califado. Abandonou-o dizendo: “É o palácio dos insânos, nunca irei morar nele”.
Jarmuz relatou: “Vi Áli vestindo roupas rústicas, a calça até metade da canela, camisa curta, com bastão na mão, andando pelo mercado, ordenando às pessoas temerem a Deus e serem honestas no seu comércio, dizendo-lhes: “Pesem e meçam devidamente”.


Sua Justiça

Áli sentiu falta de um escudo quando estava em Siffin, encontrou-o na casa de um judeu. Queixou-se ao juiz Churaih, acusando-o de ter roubado o escudo. O judeu negou. Churaih pediu a Áli para que apresentasse testesmunhas. Áli apresentou o seu ajudante e Hassan. O juiz lhe disse: “Testemunho de filho não é aceito” e sentenciou a favor do judeu. O judeu então disse: “O emir dos crentes me levou perante o juiz e este o condenou”. Por isso declaro: “Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah e de que Mohammad é seu Mensageiro. O escudo é seu, ó emir dos crentes”. Áli lhe deu o escudo de presente.

Dhirar Bin Dhamra Descreve ÁliMuáwiya pediu a Dhirar Ibn Dhamra: “Descreve-me Áli.” Respondeu-lhe: “Isente-me disso.” Pediu-lhe: “Peço-lhe por Deus que o faça.” Disse:
Era, por Deus, de longa visão, muito forte, falava com eloqüência e sentenciava com justiça. O conhecimento brotava de seus flancos, sua língua pronunciava sabedoria, negava o mundo e suas flores e tinha intimidade com a noite e suas trevas. Era, por Deus, de lágrima fácil, de pensamento longo, gostava as vestes curtas e os alimentos simples. Era como nós, respondia quando era perguntado, atendia ao nosso convite e nós, por Deus, apesar de sua proximidade não conseguíamos lhe falar por respeito e reverência. Ele valorizava os religiosos, se aproximava dos necessitados. O forte não cobiçava o sua ilicitude e o fraco não se desesperava pela sua justiça. Presto testemunho que o vi em algumas situações, tarde da noite, segurando a barba, agitado como se tivesse sido picado, chorando de tristeza e dizendo: “Ó mundo, tente outro, não adianta se expor ou se enfeitar. Sei de três coisas a seu respeito: A sua vida é curta, o seu perigo é grande. Temo a pouca provisão, a longa jornada e a solidão do caminho.”
Muáwiya chorou e disse: “Que Deus tenha misericórdia de Abul Hassan. Por Deus, era realmente assim.”
 
Seu Assassinato
Quando a disputa entre Áli e Muáwiya se agravou, três pessoas dos khawárij resolveram assassinar Áli, Muáwiya e Ômar Ibn Al ‘As (Que Deus esteja Satisfeito com todos eles).
Quanto ao encarregado de assassinar Áli, foi Abdul Rahman Ibn Muljim (Que Deus o deteste). Foi ajudado por Chubaib Ibn ‘Ajra Achja’i (Que Deus o deteste).
Na noite de sexta-feira, 17 de Ramadan do ano 40 da Hégira, Áli (R) acordou cedo para o Sahur, o muézin foi ter com ele e o avisou do horário da oração. Áli saiu, chamando as pessoas à oração. Os dois criminosos estavam de tocaia. Chubaib o segurou, Áli o golpeou com a espada.  A espada atingiu a porta. Então, Ibn Muljim o golpeou com a espada, atingindo-o na fronte e fugiu. Chubaib voltou para casa e um homem de Bani Umaiya o matou.
Quanto a Ibn Muljim, foi perseguido, preso e levado até Áli que o olhou e disse: “Vida por vida. Se eu morrer, matem-no como me matou. Se eu escapar, vou estudar o seu caso”.
Ibn Muljim ficou preso, enquanto Áli permaneceu vivo na sexta e no sábado, faleceu na noite de domingo. Hassan ordenou que cortassem a cabeça de Ibn Muljim.
Que Deus esteja satisfeito com Áli Ibn Abi Tálib(R). Ó Senhor seja testemunha de que o amamos, a todos os califas probos e a todos os companheiros de Seu Profeta. Que Deus abençoe e dê paz ao nosso Profeta Mohammad(S), aos seus familiares e a todos os seus companheiros.